domingo, 16 de maio de 2010

Estórias de autoria do Rabino Nachman - O Mestre da Oração

Havia um Mestre de Oração que sempre se fez devoto da oração, músicas e aclamações ao Sagrado D´us, bendito seja.Ele habitava fora do assentamento, mas lá ele entrava com freqüência. Ele se uniria a alguém em discussão, geralmente pessoas de posição social inferior como as pessoas carentes e similares. Ele falaria a elas de coração para coração sobre o propósito da vida. Em essência, o único propósito verdadeiro que é servir a D´us todos os dias da vida de alguém, passar o dia rezando para D´us em canções e aclamações.Ele exporia suas idéias com palavras tão altivas até que passasse uma impressão de que a pessoa quisesse unir forças a ele. Tão logo que a pessoa se fizesse pronta para se unir a ele, ele transportaria a pessoa e a afastaria pondo-a em seu acampamento localizado fora do assentamento porque o Mestre da Oração havia escolhido um lugar fora do assentamento, e naquele lugar, um rio corria e também havia árvores frutíferas. Eles comeriam os frutos e ele não era exigente de forma alguma quanto às vestimentas. E assim, ele era acostumado a entrar nas áreas de assentamento todo o tempo para tentar as pessoas e aproximá-las ao serviço do Santo D´us, Bendito seja seu nome, para seguirem-no e se envolverem apenas em oração, etc. e todos aqueles que estavam atraídos a ele, ele os tiraria para o seu lugar fora do assentamento e eles se envolveriam apenas com orações, canções e aclamações ao Sagrado D´us, Bendito seja; confissões e jejuns, mortificações e arrependimentos e coisas similares; e eles estariam envolvidos com isso, o tempo todo até que fosse achado entre essas pessoas algumas que estivessem aptas a atrair pessoas para servir ao Senhor e que ele desse permissão para entrar em áreas assentadas para executar o trabalho mencionado acima, ou seja, trazer pessoas para o Senhor, como descrito acima.. E assim o Mestre de Oração se envolveria com isso a todo o momento e ele continuaria a trazer pessoas e levá-las para fora das áreas habitadas até que chamasse a atenção do mundo; e a coisa ficou bem conhecida, pois que de repente várias pessoas seriam retiradas para fora do assentamento e ninguém sabia onde elas estavam e dessa forma acontecia que de repente alguém perderia um filho e não sabia onde ele estava até que se tornasse conhecido.Assim o líder da oração ia e persuadia as pessoas para o Serviço ao sagrado D´us, bendito seja.Portanto, não era possível reconhecê-lo ou pegá-lo porque o líder de oração atuava com inteligência e mudava e se transformava perante cada indivíduo com quem ele falasse. Para uma pessoa ele apareceria como um homem pobre e para outro como um empresário e para outro, outra identidade e assim por diante. Quando ele também falava com as pessoas e via que ele não as podia influenciar, ele as distraía até que elas não percebessem seu alvo bom como se a intenção dele não fosse de forma alguma a descrita acima, ou seja, trazer as pessoas para D´us.Pois sua inteira intenção era apenas essa.Entretanto quando ele via que não conseguia emaranhá-la, confundi-la e enganá-la até que a pessoa não pudesse entender completamente sua boa intenção.E o líder da oração estaria constantemente envolvido nesse trabalho até que trouxesse uma boa impressão ao mundo.E eles desejaram pegá-lo, mas isso não foi possível.
E o Líder da Oração e seu povo viveram fora das áreas de assentamentos e eram envolvidos com todas essas coisas – oração, canções e aclamações ao Senhor, bendito seja seu nome, e confissões e jejuns e mortificações e arrependimentos, etc. Também o Líder de Oração tinha uma habilidade de dar a cada indivíduo o que ele especificamente necessitava. Se ele entendesse que uma pessoa do seu povo, de acordo com o seu nível de servir ao Senhor, precisasse ser vestido em roupas de ouro, ele daria isso a tal pessoa, e também o oposto – às vezes um homem rico se uniria a ele e ele o levaria para fora do assentamento e ele visse que essa pessoa precisasse andar com roupas rasgadas e esfarrapadas e ele o teria mandado sair assim de acordo. Cada um de acordo com a sua necessidade, ele o proveria.E para essas pessoas a quem ele aproximou do Senhor, um grande jejum ou mortificação era mais precioso do que todos os prazeres do mundo.
Havia agora um país que era muito rico – todo mundo lá vivia bem, porém, o comportamento deles era muito estranho e bizarro. Pois tudo era determinado pela condição financeira da pessoa, de uma forma que o valor dado a uma pessoa era de acordo com a riqueza que ela possuía. Quem possuísse mil ou milhões tinha um status, enquanto que alguém que tivesse uma quantia diferente também possuía um status diferente, e assim por diante. A hierarquia inteira era baseada na riqueza de cada indivíduo; e o que tivesse tantos mil ou milhões, se fosse alcançado a quantia determinada por eles, ele seria o Rei. E eles tinham bandeira, sendo que alguém com uma certa quantia em dinheiro teria uma bandeira correspondente e ele teria um status de acordo com sua bandeira.Alguém com uma quantia diferente em dinheiro teria uma bandeira diferente e ele teria o status combinando com a bandeira, correspondendo a quanto dinheiro ele tinha.Eles tinham isso padronizado, quanto dinheiro uma pessoa necessitava ter para que fosse dado uma certa bandeira e o status que a acompanhava.E assim, o status de cada pessoa era determinado por sua riqueza de acordo com os padrões que eles programaram.
E eles tinham padrões especificando que se um tivesse tal ou tal quantidade em dinheiro, ele era um homem. E se ele tivesse menos que isso, ele era um animal ou um pássaro ou algo do tipo.E havia entre eles animais e pássaros selvagens – por exemplo, um homem com apenas tal e tal riqueza, seria chamado de leão humano.E assim com as outras variedades de animais e pássaros – de acordo com as limitações financeiras da pessoa ela seria considerada apenas um animal ou pássaro.Pois a prioridade para eles era o dinheiro e o nível social de cada pessoa era determinado apenas por dinheiro
Estórias circularam no mundo sobre esse país, e o Mestre da Oração suspiraria sobre isso e diria, “Quem sabe até onde eles poderão cair no erro dessa maneira?” Havia pessoas com o Mestre da Oração que não lhe pediam seu conselho, e foram por conta própria para este país para trazer as pessoas de volta ao arrependimento porque eles tinham grande misericórdia por eles, vendo que eles tinham caído até então em sua luxúria por dinheiro, especialmente porque o Mestre da Oração disse que eles poderiam potencialmente cair muito mais além do que isso. Entretanto, eles foram até essas pessoas naquele país, esperando talvez que eles pudessem trazê-los de volta para o bem.

Nota: Essas estórias foram postadas em NaNach.net com as permissões de Rafi Nanach de Moharan.com e o tradutor Dovid Nanach.As estórias são apenas para uso pessoal.Se você desejar imprimi-las ou distribuí-las, não podemos lhe dar permissão.Para tal, você deverá entrar em contato com as partes acima citadas.
Postado por Dun Aryeh em http://www.nanach.net/


Acompanhe os capítulos a cada semana dessa fascinante estória "O Mestre da Oração" de autoria do Rabino Nachman de Breslov como a 12ª estória que faz parte do seu livro de fábulas (Sippurey Ma' asiot)

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