sábado, 29 de maio de 2010

Estórias de autoria do Rabino Nachman - O Mestre da Oração-Parte II

Ao chegarem lá, eles começaram a falar com um deles, assumidamente algum animal (ou seja, uma pessoa de um status inferior porque ela era pobre e ela tinha sido rotulada como um animal). Eles começaram a conversar com ela em sua forma normal dizendo que de forma alguma esse era o real propósito e que o real propósito era apenas o de servir ao Senhor, etc. Elas não os ouviram em nada porque já estava enraizado em suas mentes que o ponto principal era apenas o dinheiro. Eles tentaram conversar com mais alguém e essa outra pessoa, também não ouviu. Um dos seguidores do Mestre da Oração insistiu em conversar com ela e ela respondeu: _ “Não tenho mais tempo para conversar com você.” Eles a perguntaram por que e ela os respondeu: _ “Porque estamos todos agora nos preparando para deixar o país e irmos a outro porque temos visto que o propósito principal daqui é apenas dinheiro. No entanto, concordamos ir a outro país onde se pode adquirir muito dinheiro. O fato é que, há muita poeira lá que pode ser transformada em ouro e prata. Portanto, nós todos precisamos ir àquele país."
As pessoas desse país também concordavam que elas queriam ter estrelas e anjos também. Isso quer dizer que quando uma pessoa juntasse bastante dinheiro de acordo com os padrões que elas estabeleceram, elas se tornariam uma estrela. Pois como tinham tanto dinheiro, ela tinha o poder de uma estrela, porque as estrelas fazem o ouro crescer, pois essa poeira da qual o ouro é feito, é devido à estrela que faz o ouro crescer em casas cheias de pó. Assim, o ouro é tirado das estrelas, e se uma pessoa tem uma boa porção de ouro, tem que de fato a pessoa possuir o poder de uma estrela, então ela própria é uma estrela. Assim, eles também disseram que haveria anjos entre eles de tal forma que quando uma pessoa adquirisse bastante dinheiro de acordo com seus padrões, ela se tornaria um anjo. E assim, eles ungiram reis – tudo de acordo com o grau de riqueza, até que eles concluíram que também entre eles haveriam deuses, e a que tivesse milhares e milhões, de acordo com seus padrões, ela seria um deus. Pois se deuses estavam garantindo a eles tanto dinheiro, ela por si só teria que ser uma. Portanto, fizeram todas essas coisas como descrito.
Eles também decidiram que não era condizente para eles habitarem no meio de um mundo grosseiro e não de acordo com a honra deles ter contato com seres humanos para que eles não ficassem impuros. Porque as pessoas do outro mundo foram contaminadas comparadas a eles. Então, eles procuraram as montanhas mais altas do mundo para lá habitar e elas deveriam ficar acima do ar atmosférico desse mundo. Eles enviaram pessoas a procura de tais montanhas e elas foram e acharam montanhas que eram extremamente altas. Então, todos os cidadãos do país foram morar lá, ou seja, em cada montanha um amontoado deles se estabeleceu e ao redor das montanhas eles construíram fortes fortificações e fossos profundos, de forma que era impossível para qualquer pessoa se aproximar deles. Pois eles deixariam apenas um caminho escondido em direção a cada montanha para que um estranho não pudesse penetrar. Além disso, eles colocariam guardas ao redor de cada montanha para que ninguém pudesse chegar perto e eles habitavam nessas montanhas e viviam de acordo com os costumes descritos acima e eles tinham muitos deuses, todos de acordo com a riqueza.
E já que o ponto principal para elas era a riqueza e que até através da riqueza muitas se tornavam deuses, no entanto, havia entre elas uma ameaça de assassinato e roubo. Pois cada uma estava pronta para matar e roubar com a intenção de juntar mais dinheiro e se tornar um deus. Entretanto, eles diziam que assim que se tornassem deuses, eles protegeriam as pessoas desses crimes e eles estabeleceriam serviços que rezariam e sacrifícios para serem oferecidos a esses deuses. Eles até sacrificariam pessoas e às vezes a si próprios para se misturarem a esses deuses e assim reencarnarem como pessoas ricas, porque a fé inteira deles era baseada em dinheiro. Eles possuíam celebrações, sacrifícios e incenso com os quais eles serviam aos deuses (ou seja, as pessoas ricas que tinham obtido essa estatura), e não obstante, o país era cheio de assassinato e roubo.Para aqueles que não acreditavam nos deuses, matavam e roubam livremente a fim de acumular dinheiro; porque o principal para eles era dinheiro, pois com dinheiro é possível se comprar tudo – alimento, roupa, etc., e a força da vida principal de uma pessoa é através do dinheiro (porque no pensamento confuso delas, elas acreditavam assim).Portanto, dinheiro era a fé delas.
E eles veriam com isso que eles nem sequer sentiam falta de dinheiro, porque o dinheiro era a espiritualidade e a fé primária deles. Ao contrário, eles estavam sempre tentando adicionar e trazer mais dinheiro para o país a partir de outros lugares. Eles enviavam os comerciantes para outros países, a fim de gerar lucros para o seu país. E de acordo com suas perspectivas, a caridade era certamente proibida, pois o que fazia a caridade retirava a graça que D’ us lhes havia dado. Disso havia um ponto-chave – que a pessoa possui dinheiro – e o que deu fez uma marca no seu dinheiro e o diminuiu, portanto era claramente proibido para eles fazer a caridade.
Eles também tiveram os supervisores, que eram designados para fiscalizar se cada um realmente tinha tanto dinheiro como alegara. Pois todos tinham que mostrar sua riqueza regularmente para que pudessem permanecer no mesmo nível e às vezes um animal se tornaria um homem e um homem, em um animal, ou seja, quando uma pessoa perdia seu dinheiro, ela cairia de homem para animal e assim o contrário: Quando um ganhasse mais dinheiro, ele poderia subir de animal para homem e assim com outros níveis que eram determinados pela riqueza e eles tinham retratos daqueles deuses (pessoas ricas) e todo mundo tinha uma cópia das fotos.Eles as abraçavam e as beijavam, pois por dinheiro era pelo que serviam e depositavam sua fé.
E as pessoas justas do Mestre da Oração retornavam ao seu lugar e contavam-lhe sobre o grande erro e disparate daquele país – como eles estavam muito enrolados na ânsia por dinheiro; que estavam prontos para partirem de sua terra natal e produzirem estrelas e anjos para eles mesmos. O Mestre da Oração respondeu que ele receava que eles se aprofundassem cada vez mais em seu erro. Depois disso, ouviram que eles teriam feito deuses para si próprios. Ele respondeu que isso foi o que ele teria se preocupado desde o início.
O Mestre da Oração tinha grande misericórdia por eles e decidiu ir lá pessoalmente. Talvez ele pudesse fazê-los retornar do estado de loucura.Ele foi lá e se aproximaram os guardas postados ao redor da montanha; e os guardas, poder-se-ia assumir que seriam pessoas de um nível baixo porque lhes era permitido ficar na atmosfera de um mundo mais inferior, pois os mais ricos que tinham uma alto padrão pelo dinheiro que possuíam, eles não podiam se misturar de forma alguma com as pessoas desse mundo, nem tampouco permanecer na atmosfera desse mundo para não serem contaminadas.E eles nada podiam falar com as pessoas desse mundo para que a impureza deles não passassem pelas palavras (aliás, era claro que os guardas que permaneciam ao pé da montanha eram de um nível baixo). Entretanto, até mesmo os guardas tinham retratos e eles os abraçariam e beijariam o tempo todo. Pois mesmo com eles, a fé principal se baseava em dinheiro.

Nota: Essas estórias foram postadas em NaNach.net com as permissões de Rafi Nanach de Moharan.com e o tradutor Dovid Nanach.As estórias são apenas para uso pessoal.Se você desejar imprimi-las ou distribuí-las, não podemos lhe dar permissão.Para tal, você deverá entrar em contato com as partes acima citadas.
Postado por Dun Aryeh em http://www.nanach.net/


Acompanhe os capítulos a cada semana dessa fascinante estória "O Mestre da Oração" de autoria do Rabino Nachman de Breslov como a 12ª estória que faz parte do seu livro de fábulas (Sippurey Ma' asiot)
Leia "O Mestre da Oração-Parte I" http://portuguesenanach.blogspot.com/2010/05/havia-um-mestre-de-oracao-que-sempre-se.html

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