sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Estórias de autoria do Rabino Nachman - O Mestre da Oração-Parte V

Um grupo disse que o propósito principal era a honra, pois eles observaram que a honra era a coisa mais valiosa do mundo; porque quando a honra não é dada a um homem, por exemplo, quando dizem algo contra sua honra é como se seu sangue fosse cuspido. Para todas as pessoas a honra é a coisa principal. Mesmo após a morte de um homem, se tornam rigorosos em atribuir honra ao falecido, enterrá-lo respeitosamente e assim por diante. E eles adiantam dizendo-lhe que tudo o que estão fazendo, eles o estão fazendo por sua honra.Mesmo após a morte, o dinheiro e os desejos não são em absoluto relevantes ao falecido.Mesmo assim, eles são cuidadosos em prestar honras ao falecido.Portanto, a honra é a coisa principal e assim por diante com o mesmo raciocínio semelhante à tolice.E assim, todos os grupos tiveram muito convicção apoiando suas crenças imperfeitas e mal orientadas.Algumas delas são descritas abaixo, entretanto, Rabi Nachman não quis detalhar todos os convicções imperfeitas dessas crenças pelo fato de algumas serem tão distorcidas que é possível que (D-us nos livre) que alguém possa verdadeiramente ser desencaminhado por essas falsas crenças e que D-us tenha piedade de nós! Até que eles concordaram que o Propósito era a honra. Assim, eles precisavam procurar por um homem honrado, e aquele que persegue a honra, isto é, aquele que persegue e atinge, de modo que ele é honrado. Portanto esse homem se esforça em direção ao propósito e o alcança, porque o Propósito é a honra (tudo isso foi o pensamento tolo e confuso deles). Assim, um homem está apto a ser Rei. Então eles foram à procura de um homem, e encontraram pessoas carregando um velho mendigo, e cerca de 500 estavam o seguindo, todos ciganos, e ele também era um cigano. Este mendigo era cego, curvado e mudo, e o povo ia atrás dele, pois todos eles eram de sua família. Pois ele tinha muitos irmãos e irmãs e filhos de seus amigos, até que eles se tornaram uma congregação, e eles o levaram junto.
E ele era muito rigoroso com sua honra, pois ele estava mal-humorado e tornou-se indignado com eles o tempo todo, com todos os tipos de queixas. E ordenou o tempo todo que os que o carregavam fossem trocados e ficou irritado o tempo todo. Assim, esse mendigo é um homem muito honrado, eles pensaram, assim pelo fato de ele ter adquirido tal honra. E ele também exerce a honra, pois ele é muito rigoroso com a mesma. Assim, o mendigo encontrou favor com este grupo, e eles aceitaram-no como Rei. Como o país também tem influência, o que significa dizer que alguns países são mais favoráveis à honra, e em outras terras apóiam-se outros traços. Assim, este grupo, que decidiu que a honra era o propósito, procurou um país favorável à honra, e encontrou um adequado e lá habitou.
Outro grupo entendeu que a honra não era o Propósito, crendo que o propósito era o assassinato. Pois vemos que todas as coisas no mundo eventualmente murcham e morrem, e tudo o que há no mundo - ervas, plantas, pessoas e tudo o que há no mundo - tudo isso deve chegar ao fim e passar. Portanto, o propósito de tudo é a sua cessação. Assim, o assassino, que mata e extermina pessoas, é muito ativo em trazer o mundo a sua finalidade. Assim, eles concordaram entre si, que o propósito é o assassinato. E eles procuraram pelo homem mais assassino, mal-humorado e ciumento que puderam encontrar, pois tal homem está mais perto do propósito (de acordo com seu entendimento distorcido), e ele é apropriado para ser Rei. Então, eles saíram em busca, e ouviram o som de um grito. Eles perguntaram: "Que som é esse de grito?" Eles responderam que, "Esse som veio de um homem ter abatido o seu pai e sua mãe.” Eles em seguida, refletiram: "Pode haver um assassino mais cruel e mal-humorado do que aquele que mata seu pai e sua mãe? Esse homem alcançou o propósito.” Ele achou graça em seus olhos, e eles aceitaram-no como Rei. Procuraram um país que apoiasse assassinatos, e escolheram um lugar de montanhas e colinas - o tipo de lugar onde assassino tende viver - e foram até lá e habitaram com o seu Rei.
Um outro grupo afirmava que alguém com abundância de alimento era mais adequado a se tornar Rei.Isso se incluía aquele que se alimentava com comidas mais refinadas do que outras pessoas – leite, por exemplo –para que seu intelecto não se tornasse grosseiro.Este estaria enquadrado na regra.Entretanto, como eles não acharam imediatamente alguém cuja dieta transcendesse a norma, eles escolheram temporariamente um homem de posses que tinha abundância de alimento até que puderam achar alguém mais adequado para preencher as qualificações. Naquela época, o homem rico abdicaria do trono. Então eles aceitaram este homem rico como o Rei, e escolheu um país favorável ao seu propósito, e lá se estabeleceram.
Um outro grupo afirmava que alguém bonito se enquadraria mais na regra, já que o propósito principal é ajustar o mundo, porque para isto o mundo foi criado. E desde que uma bela mulher desperta o desejo de ajustar o mundo, resulta que ela o traz ao seu Objetivo. Assim uma bela mulher ajustava-se para governar. Eles escolheram uma bela mulher e a ungiram como a sua Rainha. E eles procuraram um país que apoiasse isto, e instalaram-se lá.
Um outro grupo disse que o propósito principal era o discurso, pois o que distingue o homem dos animais é a habilidade que o mesmo possui da fala.Assim como é a primeira vantagem que o homem possui, essa deve também ser o propósito principal.Portanto eles escolheram um orador, um mestre em línguas que conhecia várias e constantemente balbuciava discursos, pois tal pessoa alcançaria o Propósito.Foram e acharam um francês louco que conversava sozinho.Eles o perguntaram se ele sabia falar idiomas e ele respondeu que sabia vários.Uma pessoa assim certamente estava próxima do propósito (de acordo com o pensamento confuso deles), pois ele era um mestre dos idiomas e falava muitas línguas e assim falava muito (pois até falava consigo mesmo). Assim, ele achou graça em seus olhos, e eles aceitaram-no como Rei. Eles escolheram um país favorável à sua idéia, e lá se estabeleceram com o seu Rei e certamente ele os comandou em retidão.

Nota: Essas estórias foram postadas em NaNach.net com as permissões de Rafi Nanach de Moharan.com e o tradutor Dovid Nanach.As estórias são apenas para uso pessoal.Se você desejar imprimi-las ou distribuí-las, não podemos lhe dar permissão.Para tal, você deverá entrar em contato com as partes acima citadas.

Postado por Dun Aryeh em http://www.nanach.net/

Acompanhe os capítulos a cada semana dessa fascinante estória "O Mestre da Oração" de autoria do Rabino Nachman de Breslov como a 12ª estória que faz parte do seu livro de fábulas (Sippurey Ma' asiot)

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